Amor perdido~ Capítulo 01 (Fanfic)



Estava calor e fiquei me odiando por ter pedido para minha mãe me levar no acampamento de verão alguns meses antes.

Minha amiga foi o motivo de tal façanha e, dois dias antes, ela disse que não poderia ir pois havia pego catapora. Gabi sempre era assim, sempre dava pra trás, por isso nem liguei muito e desejei melhoras mesmo sabendo que ela já tinha pegado catapora e que essa era uma desculpa esfarrapada só para passar o verão com Alex, seu namorado meloso.


A viagem toda minha mãe reclamou do trabalho e de sua desconfiança sobre uma possível traição do meu padrasto com a vizinha (o que eu achava um absurdo pois minha vizinha parecia uma bruxa, tinha até a verruga no nariz). Quando chegamos, nos despedimos com uma beijo.

– Se cuida, docinho. Espero que se divirta bastante nessas férias. - Disse minha mãe retocando o batom no retrovisor do carro.

– Obrigada mãe..

Pude ver que ela notou meu tom irônico mas não disse mais nada, deu partida no carro e sumiu na estrada de terra deixando um rastro de poeira.

Atravessei o portão (se é que eu podia chamar um pedaço de madeira velha de portão) e não vi ninguém. Conseguia até ouvir o vento soprando.

Fiquei parada com duas malas em frente ao 'portão' até que avistei um garoto alto, com a pele super branca e cabelos negros. Inicialmente achei que estava vendo uma miragem pois o calor era escaldante e não sabia quanto tempo eu já estava embaixo daquele sol, foi então que ele se virou e pude ver seu rosto com feições mais que perfeitas, olhos azuis claros e uma boca rosada. Por um momento achei que estava no paraíso, mas essa sensação logo foi embora quando ele gritou:

–Ai que merda, achei que ninguém viria e que não ia ter acampamento esse verão.. Obrigado, anã de jardim.

Fiquei sem reação e tudo o que consegui fazer foi um som estranho com a boca que mais parecia um porco engasgado. Quando consegui falar, o garoto se aproximou e ficou à centímetros do meu rosto.

–N-não é culpa minha se você escolheu essa droga de acampamento. Se odeia tanto assim, por que não vai embora?

– Cala essa boca! - Disse quase gritando - Você não sabe nada sobre mim.

Pude sentir seu hálito fresco em minha face e me perdi em seus olhos de um azul tão claro e profundo que eu até poderia comparar ao céu naquele momento. Não respondi e ele saiu pisando duro em direção à uma floresta imensa ao lado do acampamento abandonado. Resolvi segui-lo pois não havia mais ninguém naquele lugar e estava começando a parecer assustador como uma cidade fantasma dos filmes de faroeste.
Ele andou até chegar a uma árvore, parou e se virou para olhar pra mim. Novamente fiquei em transe ao olhar para seus olhos.

– Não vai parar de me seguir?

–Ah, eu não quero ficar sozinha naquela cidade fantasma, Deus sabe o que pode aparecer..

Sua expressão se suavizou um pouco e um sorriso malicioso apareceu em sua face.

– E você acha que está segura comigo?

Fiquei pensando por cinco segundos até achar uma resposta que escondesse o medo que eu estava sentindo naquele momento:

– Acho que é mais seguro do que ficar l-lá..

– Não parece que você se sente segura. - Depois de dizer isso ele me agarrou pela cintura e pude sentir seus braços malhados por baixo do tecido da camisa pólo.

Não tive reação alguma, foi então que ele começou a rir freneticamente. Quando recuperou o fôlego, disse:
– Você realmente acha que eu iria querer algo com você? Olha pra mim, sou alto forte, bonito e perfeito, enquanto você é uma baixinha sem graça.

– Você não é tão bonito assim. Ah, e só você me acha sem graça. - Disse tentando parecer convincente - Muitos gostariam de estar no seu lugar, tá!

O garoto deu de ombro e seguiu em frente. Exitei por alguns segundos até continuar seguindo-o. Depois de cinco minutos de caminhada, o garoto parou e parecia estar procurando algo. Demorei um pouco para perceber que ele estava procurando o caminho de volta e entrei em pânico.

– Não vai me dizer que você não sabe como voltar! - Exclamei sentindo meus olhos arderem anunciando a chegada de uma lágrima.

– Eu vou encontrar o cami.. - Ele parou quando viu que eu estava chorando e pude perceber o tom de desespero em sua voz - Calma, vou encontrar o caminho. Não precisa chorar por uma coisa tão idiota.

– Eu já passei por isso antes e não quero que aconteça de novo! NÃO QUERO!

Depois de terminar a frase, senti os musculosos braços me envolverem novamente.

– Fica calma, não vai acontecer nada, eu prometo. - Depois de suas palavras, de alguma forma fiquei calma.
Nos sentamos ao pé de uma árvore. O garoto estava acariciando meus cabelos quando comecei a contar um pedaço de meu passado que eu já havia feito de tudo para esquecer, mas ele estava lá, vivo em minha mente.

– Era inverno e resolvi visitar minha vó no interior. Eu lembro que estava muito animada pois eu amava floresta naquela época. Quando cheguei, cumprimentei minha vó e decidi fazer um passeio pelo quintal, foi aí que entrei na floresta por curiosidade e me perdi. Fiquei lá por cinco dias tomando água da chuva e comendo frutinhas. Quando me encontraram, eu estava quase morta..- Comecei a chorar me lembrando dos momentos de horror que passei nos cinco dias em que quase morri.

– Está tudo bem, nada vai acontecer com você, eu não vou deixar.

Suas palavras me acalmaram, pus minha cabeça sobre seu ombro e adormeci. Quando acordei, o garoto estava com a cabeça em cima da minha e também havia adormecido. Segundos depois ele também acordou e decidimos procurar algum lugar para bebermos água e comer.

No caminho, me dei conta de que ainda não sabia seu nome e decidi perguntar já que ele havia me confortado na noite passada:

– Qual seu nome?

– Nossa, por que tão de repente?

– Ah, só queria saber para te agradecer apropriadamente por ter me ouvido e me confortado na noite passada..

– É Phelipe, e o seu?

– Isabella.

– Hum, Bella. - Depois de falar, Phelipe sorriu e perdi o fôlego.

– Olha lá, é um rio. Vamos!

Depois de bebermos água e levarmos o rosto, Phelipe decidiu se lavar. Nem me dei ao trabalho de me virar pois estava realmente excitada e queria ver seus músculos. Phelipe pareceu não ligar quando tirou a camisa e o short e me viu observando.
Seu corpo era perfeito, parecia um deus grego. Sua barriga tinha gominhos que formavam um 'tanquinho', seus braços eram musculosos e suas pernas não ficavam atrás. Quando ele se virou, pude ver sua maravilhosa bunda e não me contive em fazer um comentário:

– Nossa, suas roupas estavam escondendo muita coisa ein, Phelipe!

– Me chame de Phel e.. acho que suas roupas também estão escondendo bastante coisa..- Ele deu um sorriso malicioso.
Não esperei nem mais um segundo, tirei minha blusa e minha calça esporte e pulei no rio.

– Nossa, eu tinha razão.

Corei ao ouvir seu comentário e me aproximei quando vi uma tatuagem de asa de anjo em suas costas.

– Que lindo..

– Eu sei que sou lindo!

– Cala a boca, príncipe narcisista. Estou falando da tatuagem.- Quando terminei a frase, Phel se virou e me agarrou pela cintura.

– O q-que você tá fazendo?

– Quero ver uma coisa...

escrita por NYA


Postarei o próximo capítulo em breve galera xD




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